São 09:30 h da matina.Chego a um balcão de atendimento ao público(o público sou eu).
Estão quatro senhoras devidamente sentadas em suas cadeiras anatómicas, frente aos respectivos computadores, na ampla sala. Poderiam estar frenéticamente ocupadas a teclar ou atenciosamente debruçadas sobre a sua "papelada" mas não, todas elas parecem-me apáticas, quem sabe, talvez ainda com resto de sono.
- Bom dia! (Digo sonoramente, hoje até acordei com muita "energia").
Silêncio quase absoluto, se não fosse o som melancólico de uma tecla que parece lamentar-se de vez em quando. Ouço uma voz em surdina: "bom dia..."
Espero. Sei que a distância de qualquer das cadeiras até ao balcão será mais do que um metro, mas alguma das senhoras terá a coragem de se levantar.
Espero. Uma das senhoras funga, pega na malinha que tem sobre a secretária, tira o lencinho e assoa.
Aguardo ainda. Olham umas para as outras, cruzam os olhares como num desafio, " tu é que devias ir, eu não, tu é que deves ir, vou sempre eu, sempre eu... "
Et voilà! Aí vem uma das senhoras, lentamente, mas vem, chega perto do balcão e diz evasivamente:
- Diga!
E disse... disse ao que ía...
Mas podia ter dito mais, podia ter sugerido um cursinho de atendimento ao público que faz sempre jeito, se o frequentassem talvez pudessem dizer para com elas: "empenhamo-nos no que fazemos e fazemos bem", ficariam a saber que o contacto visual com os utentes ou clientes é importante, que na comunicação o tom de voz vale tanto ou mais que as próprias palavras e até a expressão corporal transmite mensagens directas às outras pessoas independentemente daquilo que se esteja a dizer. Mas também pensei que talvez as barreiras à comunicação que demonstraram possuir poderiam ter raízes difíceis de superar... Stress? Situação actual? Motivos pessoais? Motivos laborais? E foi pensando nisso que lá fui para mais um dia de trabalho.
Cheguei e dali a pouco chegou um utente:
- Olá, bom dia! (E sorrio, afinal "há dias que nem de manhã, nem de tarde, se pode sair à noite" mas o senhor que está à minha frente não tem culpa nenhuma).
No meu cavalinho de madeira toscamente talhado por afáveis mãos calejadas fiz infindáveis viagens todas trilhadas por fadas. Em galope por entre prados verdejantes, seguindo uma melodia, depois em trote até castelos distantes onde reina a alegria, fomos personagens em aventuras fascinantes e fui princesa em dias de magia. O tempo passou, o meu cavalinho mudou e é este cavalo alado, que à noite te pousa ao meu lado e nos leva outra vez no nosso sonho encantado. E esta noite esperei-te, Menina do Sonho, mais do que nunca ansiei a tua chegada mas tu não vieste e adormeci acordada. Talves tenhas ido ao sono de outro alguém, fazendo-o esquecer os ecos do mundo, embalando-o num abraço, esquecendo o espaço, voando em sonho profundo. O nosso sonho... Um sonho de coragem, o sonho da nossa viagem, o sonho que inventa a esperança de voltar a ser criança.
(GaivotadaRia depois de ouvir Menina do Sonho de Gilberto Gil)
«Corre, corre, cavalinho
Meu cavalinho de pau!
E depressa, bem depressa
Antes que acabe a ilusão
Se hoje sou um sonhador
Amanhã serei ou não!»
(Alexandre Parafita)
Com o ritmo metabólico um pouco reduzido
eis-me a sair do meu transitório marasmo
para responder ao desafio da bonita Maresia
Idiossincrasias: as 5 menos
Egoísmo e seus derivados
Idiossincrasias: as 5 mais
Altruísmo e seus derivados
5 Álbuns
Elton John - Songs from the west Coast
Leonard Cohen - Ten new songs
Sade - Stronger Than Pride
Beto - Influências
Elba Ramalho - A guitarra e outras mulheres
5 Canções
Elkie Brooks - No more the fool
Élodie Frégé/Michal - Viens jusqu' a moi
Elton John - Original sin
Leonard Cohen - In my secret life
Christina Aguillera - Beautiful
5 Álbuns no Ipod ou outro
Não tenho tlm com toques polifónicos. Ah, não é isso?
Ah, isso também não tenho!
5 MP3 na playlist
E aí vêm algumas velharias ao acaso que estão no meu baú:
Gregory Isaacs - Brother Joe
Nathalie Cardone - Hasta siempre(Comandante Che Guevara)
SafriDuo - Played a life
Gato Barbieri - Europa
Tracy Chapman - Crossroads
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